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A Falsa Alegria e a Verdade Inescapável: Lições do Teste de José aos Irmãos

 

A Falsa Alegria e a Verdade Inescapável: Lições do Teste de José aos Irmãos
Por Endriele

Então, José lhes apresentou as porções que estavam diante dele, e a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a dos outros. E beberam com ele até ficarem alegres. 

José testa os irmãos ao dar a Benjamim um tratamento diferenciado, porém, sem inveja, os irmãos de José bebem livremente juntos. Os irmãos de José comeram e beberam como se não houvesse fome na terra e regozijaram-se com a generosidade do governante à cabeceira da mesa. No entanto, foi uma alegria falsa e transitória, pois os irmãos ainda não haviam lidado com seus pecados. Uma coisa é sentir-se aliviado, outra, bem diferente, é ser perdoado e reconciliar-se. Era preciso que pedissem perdão a José pela forma como o haviam tratado no passado e deviam fazer o mesmo com o pai, pelo fato de terem enganado o patriarca e entristecido seu coração tão profundamente.

A sensação de falsa alegria e paz é perigosa, e pensar que a vida está em ordem com Deus só porque tudo está correndo bem e os problemas não parecem tão ameaçadores é pedir por uma tragédia. Como aconteceu nos dias de Noé e nos dias de Ló, assim também será quando Jesus voltar (Lc 17.26-30). As pessoas se sentirão seguras de si enquanto vivem sua rotina diária e cultivam seus pecados, mas o julgamento sobrevirá e será inescapável. Qualquer coisa que fique aquém do arrependimento humilde não trará a reconciliação com Deus nem com os outros. “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Pv 14.12). Como o homem rico da parábola de Cristo, as pessoas têm uma falsa confiança, pois creem que seu futuro está garantido apenas para, mais tarde, descobrirem que deixaram Deus de fora da sua vida (Lc 12.16-21). O próximo ato desse drama trará à tona essas questões e, por mais estranho que pareça, a ação se concentrará em torno de Benjamim, o jovem cujos irmãos acreditaram que estava acima de qualquer suspeita e livre de qualquer perigo.

Richard M. Weaver, professor de letras na Universidade de Chicago, escreveu um livro chamado As Ideias Têm Consequências. A mensagem do livro era simples: se você não vive de acordo com a verdade, então deve enfrentar as consequências. A sociedade não apenas rejeitou a verdade, como também não acredita que há consequências. No mundo de hoje, a verdade é aquilo em que você deseja acreditar; e se você acreditar na coisa errada, não precisará se preocupar com as consequências — elas não existem. Uma vez que simplesmente não há absolutos morais, você pode fazer o que bem entender e sair ilesos. “Sabei que o vosso pecado vos achará” (Nm 32.23) é uma ideia que não se aplica mais à nossa realidade. Se não há uma verdade, não há consequências. Os irmãos de José haviam seguido essa filosofia e encoberto seus pecados cuidadosamente. Não haviam dito a verdade e, aparentemente, nenhuma consequência mais séria havia surgido. Além disso, não tinham medo de ser descobertos, pois a única pessoa que podia testemunhar contra eles era José, e ele certamente estava morto. No entanto, a verdade havia aparecido, tanto para o bem deles como para que o plano divino de salvação do mundo fosse bem-sucedido. A alegria e paz reais jamais podem basear-se em mentiras, devem ter a verdade como fundamento. Edificar sobre mentiras é como edificar sobre a areia e chamar para si o julgamento divino. Sem retidão não pode haver paz legítima, apenas uma trégua muito frágil que, mais cedo ou mais tarde, entra em erupção e transforma-se em guerra.

Adaptado de Warren Wendel Wiersbe.